sexta-feira, 24 de julho de 2009

A noite

A noite
Vislumbre de pura beleza raamente apreciada
Passa diante de nós e olha-mo-la de diversas maneiras
Há quem a olhe de maneira fria, como uma espécie de viagem, algo para nos abstrair-mos disto e daquilo
Escurece e as horas não param por nada
Não por mim e muito menos por ti, sim por ti
Basicamente avança sem olhar para trás
O tempo é constante e uniforme, totalmente inalterável seja para quem for
Para mim uma hora tem a mesma duração que para ti assim como uma semana tem sete dias para mim e para ti
Mas muito difere
A minha definição de hora é muito diferente da tua
Uma hora é uma imensidão de sensações, vivências únicas, emoções à flor da pele, de tudo um pouco
Para mim, não para ti
Uma hora é veres o ponteiro pequeno do relógio dar uma volta completa pura e simplesmente, o mais básico dos básicos
Para ti e não para mim
Não te dignas sequer a olhar para cima onde está uma imensidão de negro ponteado por grandes e brilhantes pérolas
Tantas que se tornam impossíveis de contar e às quais damos o nome de estrelas
Há quem diga que existe uma estrela por cada sonho pelo qual se luta para o concretizar
Um esforço nem sempre recompensado
Fonte de esperança que nos permite viver dia após dia todos os dias
Passa um e outro e nem todos são iguais e na ausência de sonhos em que algo nos paira sobre a mente, olha-se para cima e não se vê nada para além duma larga infinitude de escuridão apenas iluminada pela luz cá de baixo
Luz terrena de onde nos limitamos a viver, tão fútil quanto possamos imaginar e ainda assim duvido e muito que seja possível tal proeza
Para onde quer que olhemos nada mais vemos que desprezo, ódio, ignorância e desrespeito por tudo quanto nos é devido
É uma realidade completamente obscura mas na qual vivemos e a qual decidimos iluminar artificialemente de modo a não sermos devorados por ela
Uma realidade de enganos para onde quer que se olhe
Vemos o que queremos ver e não o que é na verdade
Tristezas, desgostos e desilusões são o habitual do quotidiano que tudo é menos monótono
Chatice aqui e ali
Não vale sequer a pena pensar nisto
É onde estamos e aquilo a que nos resignamos a ser
Somos e não o deixamos de ser
Todos iguais e em tudo diferentes
Não há comparação possível


Escrito com desprezo por: Tec_Fil

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