segunda-feira, 9 de novembro de 2009

New Moon


Com o calor das velas
Ao som do piano
Perante a luz do luar
Dois corpos movem-se
Através de subtis movimentos
E suaves toques.

Bailam por entre as notas.
Graves aqui,

Pasos longos

Agudas de seguida,
Desafio do olhar ao toque
Pausas vividas
Reencontro inevitável.

Pinceladas de orgulho,

Dedadas de carinho
Momento mágico
Para todo o sempre guardado
Intocável pelo tempo
Memorável pela eternidade

Combinação de cores tal

Sempre pronta a saltar da tela para fora
A cada instante
Cada vivido instante

Cada nota tocada

Cada passo dado

Cada toque sentido
.
Apagam-se as luzes,
Fecham-se as portas.
Resta o luar

Luar esse entrando pela sala a dentro

Dando vida a tudo o que ilumina.
Tímidos entram na sala

Separados por cantos opostos.
Todo o silêncio é preenchido harmonicamente

Nada mais se escuta

Dedadas musicais
Inspiração sentida

Junção profunda

Dança vivida.

As horas correm sem olhar para trás
Sem nada preocupar
A lua volta a esconder-se por detrás do sol
Silencia-se o piano

Levanta-se o ténue véu do luar

Silêncio de novo instalado.
Abrem-se as portas,

Ligam-se as luzes.

Tudo permanece no seu lugar

Intocável pelo tempo como sempre
Nada desmorece
Dia após dia

Noite após noite
O sol põe-se e a lua levanta-se

Nada se ouve

Nada se move

Não se desespera,

Apenas se espera

Que de novo tudo se repita

Por debaixo da lua nova


Tec_Fil

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Indefinição

Algo que se vê em seu pleno término
Tudo que de novo se vê recomeçar
Nada que de novo não se tenha vislumbrado
Pouco é o que se sente quando se recomeça
Muito é o que se vê pouco antes de terminar
Zero é com o que se fica quando se vê acabar
Nada que tudo muda por algo ser
Pouco que muito muda antes de zero se ver
Indefinição indefinida
A mais pura das puras
Dúvida por ela gerada
Só por ela será desvendada
Tudo é nada e nada muito mais é
Quem tudo quer, tudo perde
Superstição lhe vejo chamar
Por moral a vejo fazerem passar
Algo
Algo que se vê
Algo que se sente ou se quer sentir
Algo é algo
Algo desejado é o mais desejado dos algos
Aí sim, arrisco dizer afirmadamente
É algo que nos faz pensar

Tec_Fil

quarta-feira, 29 de julho de 2009

descoberta

Merda, o que mais poderia ser? Ages sem sequer pensar. Pensas como se ainda fosses uma criança mas essa etapa já há muito que lá vai. Erro aqui e erro de novo ali. Um por outro ainda passa despercebido mas não tantos quanto os teus. Erras tanto que nem pensas neles, para ti errar é como para mim pensar. Eu penso, tu ages, não por ti mas por quem te leva a agir. Manipulação, chamo-lhe eu, quanto a ti não sei mas eu sou assim. Porque penso tanto? Também gostava de o saber mas pura e simplesmente não sei e prefiro assim, a simples, pura e redundante ignorância. Tudo me leva a pensar assim. O meu pensar, o teu agir, tudo. Sou assim, pensativo, mas atento aos pormenores. Podes perguntar a quais, eu já tos disse. Talvez tenhas reparado num ou noutro mas jamais, ao contrário de mim, reperarás em todos e naquilo que te quero dizer. Já está dito. Pensa bem no que te digo, repara nas entrelinhas, tudo foi discriminado, preto no branco tal como as estrelas numa noite escura na qual não estás presente como tantas outras. Sei que é contraditório mas eu também o sou. Pratico um acto mas penso-o de outra maneira, uma outra acção, faz parte de mim ao contrário de ti que entraste sem pedir autorizaçãopara tal e na qual permaneces sem que para tal contribuas. Vazio, é o que sou. Vazio de ti, cheio de pensamentos, de reflexões. Eu sou eu, tu não sei o que és.Mostras-te duma maneira mas acabas por te revelar de outra. Algo que de todo não esperava mas que tinha em possibilidade. Erro meu, era uma hipótese rejeitada que despertou mais cedo que o imaginado.


Tec_Fil

sexta-feira, 24 de julho de 2009

sem título

Falas comigo todos os dias e por saberes uma ou duas coisas sobre já julgas que me conheces mas garanto que estás redondamente enganada, eu sou eu e jamais o negarei dê por onde der. Hoje estou animado, amanhã já estou triste e depois não sei. Faço o que faço porque quero e não por me dizerem para fazer. Penso pela minha cabeça e não pela dos outros, ao contrário de muitos sei dar-lhe uso e tiro de lá as minhas próprias conclusões. Erro como todos mas aprendo com eles e não os volto a repetir. Sou eu e não quem eu quero ser, francamente, julgares-me? Dispenso. Sozinho sou e sozinho me limito a ser. Acompanhar-me para estar mal não preciso, obrigado. Tira daqui o que quiseres, esta é a voz irritante que trago dentro de mim sempre a perguntar-me porque não faço, porque é que me deixei ficar. Questiona tudo o que faço, não gosto, é certo.
Sou como sou, assim e gosto, se não gostas azar. Cresce e aparece antes de dizeres seja o que for.

A noite

A noite
Vislumbre de pura beleza raamente apreciada
Passa diante de nós e olha-mo-la de diversas maneiras
Há quem a olhe de maneira fria, como uma espécie de viagem, algo para nos abstrair-mos disto e daquilo
Escurece e as horas não param por nada
Não por mim e muito menos por ti, sim por ti
Basicamente avança sem olhar para trás
O tempo é constante e uniforme, totalmente inalterável seja para quem for
Para mim uma hora tem a mesma duração que para ti assim como uma semana tem sete dias para mim e para ti
Mas muito difere
A minha definição de hora é muito diferente da tua
Uma hora é uma imensidão de sensações, vivências únicas, emoções à flor da pele, de tudo um pouco
Para mim, não para ti
Uma hora é veres o ponteiro pequeno do relógio dar uma volta completa pura e simplesmente, o mais básico dos básicos
Para ti e não para mim
Não te dignas sequer a olhar para cima onde está uma imensidão de negro ponteado por grandes e brilhantes pérolas
Tantas que se tornam impossíveis de contar e às quais damos o nome de estrelas
Há quem diga que existe uma estrela por cada sonho pelo qual se luta para o concretizar
Um esforço nem sempre recompensado
Fonte de esperança que nos permite viver dia após dia todos os dias
Passa um e outro e nem todos são iguais e na ausência de sonhos em que algo nos paira sobre a mente, olha-se para cima e não se vê nada para além duma larga infinitude de escuridão apenas iluminada pela luz cá de baixo
Luz terrena de onde nos limitamos a viver, tão fútil quanto possamos imaginar e ainda assim duvido e muito que seja possível tal proeza
Para onde quer que olhemos nada mais vemos que desprezo, ódio, ignorância e desrespeito por tudo quanto nos é devido
É uma realidade completamente obscura mas na qual vivemos e a qual decidimos iluminar artificialemente de modo a não sermos devorados por ela
Uma realidade de enganos para onde quer que se olhe
Vemos o que queremos ver e não o que é na verdade
Tristezas, desgostos e desilusões são o habitual do quotidiano que tudo é menos monótono
Chatice aqui e ali
Não vale sequer a pena pensar nisto
É onde estamos e aquilo a que nos resignamos a ser
Somos e não o deixamos de ser
Todos iguais e em tudo diferentes
Não há comparação possível


Escrito com desprezo por: Tec_Fil

quarta-feira, 22 de julho de 2009

conhecer-te?

É uma pergunta deveras interessante, talvez tanto ou até mais que outras demais.
Conhecer-te?
Conhecer-te porquê?
Para quê?
Como?
Com o quê?
No fundo, bem lá em baixo, vá, talvez até nem tanto, não se limita apenas a uma só pergunta mas a um grande aglomerado delas e cada uma traz outra atrás...

Posso?


P.S: porque me apeteceu
Tec_Fil

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Tudo é muito mas pouco ainda é mais


Problemas, erros, sentimentos
Qual a ligação entre eles?
Problemas que nos ofuscam todos os sentimentos de tal forma que cometemos os mais inimagináveis erros?
Erros vindos de problemas relacionados com a falta ou excesso de sentimentos?
Sentimentos que se sentem a quando dos problemas devidos aos erros?
Tanta pergunta e todas elas sem resposta e assim se há-de continuar
Do nada um triângulo de tal modo inseparável que quando damos por ele já estamos bem no seu centro e já de lá não conseguimos sair por mais que queiramos surge.
É evitado
Queremos reparar os erros e deparamo-nos com problemas
Tentamos fugir aos problemas mas em vão, os sentimentos impedem-no
Não conseguimos viver sem sentimentos, é impossível, de modo algum somos bichos e nem eles o conseguem
Um a seguir ao outro
Cada um deles a direccionar para o seguinte
Uma infinita sequência que jamais terminará
Problemas a seguir a erros
Sentimentos vindos depois de erros
Erros que causam problemas
Tudo é muito mas pouco ainda é mais

Tec_Fil

Percurso de 1 dia


De manhã acordamos, nascemos e vimos ao mundo,

Durante a manhã tropeçamos, crescemos e erramos,

Ao almoço andamos, começamos a ter uma noção da maturidade que se avizinha e descobrimos o que são os erros,

À tarde corremos, vivemos a maturidade como algo natural aprendendo com os erros,

À noite paramos, chegamos ao fim e reflectimos sobre todos os nossos erros.


Sim foi só um dia que passou mas não um simples dia.

Foi um dia que se vive 24 sobre 24 horas todos os dias, 365 dias por ano durante muitos e longos anos que pesam tanto mais quanto os erros neles feitos.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Surge, diz que surge. Não páres, insiste. Tanto se disse que acabou por surgir. O tempo passa e com ele algo se aprende, lições tais como nos livros não há iguais. não se aprendem de uma só vez, é certo e farto de tanta vez se tentar acaba por se cansar.
Novas dúvidas aparecem todas elas sem resposta. Por mais voltas que se dê acaba sempre por se voltar ao início. Aquele "Porquê?" inicial chegando ao porquê de ter de ser e de ser assim.
Passa-se um pano sobre ele e espera-se que desapareça. Errado. Começou em nós e assim tem de acabar, em nós. Tudo isto porque surgiu. Com tanta oportunidade para surgir e acabou por surgir naquele preciso momento.
Podia ter muito bem surgido mais tarde, esse é outro porquê.

sábado, 9 de maio de 2009

Esta coisa a que chamamos tempo não espera por ninguém
Olha-se para o relógio e o que é que se vê?
Uma corrida interminável entre os ponteiros está a decorrer sem nunca termos dado por ela
A liderança vai largamente assumida pelos segundos levando atrás os minutos seguidos pelas horas que ao fim de algumas voltas formam dias
Tudo isto é sempre a somar e não volta atrás
Não é preciso muito para que se passe um ano e mais outro
Quando se olha para trás já é tarde,
Jamais voltará
Muitas das vezes decide-se prosseguir o caminho em frente
De alguma vez se há-de parar
Repara bem no peso que já sentes a carregar-te nos ombros
Precisas de ajuda?
Bem que podes chamar, ninguém te virá acudir
Sempre vieste em frente para chegares à meta
Agora que chegas-te encontras-te triste, velho e sozinho
Triste por não estar lá ninguém
Velho porque o tempo não pára
Sozinho por não teres parado para ajudar fosse lá quem fosse, amigo ou inimigo
Todos eles estavam na corrida
E nem por um único foste capaz de para uma vez que fosse
Tal não era a ganância pela vitória
Conseguiste
Finalmente e ao fim de todos estes anos alcançaste-a
Aproveita-a bem
É só tua
E de que é que te valeu?
Ultrapassaste tudo e todos
Conseguiste-os desprezar por completo
Olhas em redor e nada vez
Consequente disso mesmo
Triste, velho e sozinho
Isso não hás-de esquecer
Jamais o conseguirás

Tec_Fil

Dúvida de uma recordação

Como é que uma vaga recordação de um breve e ténue momento que começa numa troca de olhares onde se trocam sentimentos, sensações e carícias como um curto, molhado e repetido toque vigoroso e aconchegante nos teus lábios pode chegar a causar algo tão intenso e profundo como desejo de algo que já se teve e se vê ter sem se ter podendo voltar a ter mas sem aquela sentida e única sensação de algo proibido que se sente uma e uma só vez?

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Tudo é apenas uma palavra
Tudo pode ser muita coisa e
Tudo pode não ser nada
Tudo se quer e nada se dá
Tudo se imita e nada se deixa imitar
Tudo se quer ser e não se é nada

Nada é mais uma palavra
Nada pode ser pouco
Nada pode ser tudo
Nada se dá e tudo se pede
Nada se diz imitar mas tudo se imita
Nada se é e tudo se quer ser

Ser tem muito que se lhe diga
Ser como mais ninguém é
Ser um só e não partes de muitos
Ser um ideal , algo a seguir
Ser o que se é e não o que se quer ser
Ser tal e qual como se é e deixar ser também

Tudo não é tudo assim como nada não é nada
Ser contradiz-se
Pode-se ser tudo e pode-se ser nada
Escolha ténue
Para tal basta-se ser

domingo, 3 de maio de 2009

Vício. MAS PORQUÊ?

Tudo o que fazes vem de ti e não dos outros.
Todos aqueles que giram à tua volta.
Se fazem, que os deixem fazer.
Só fazem porque querem e para além do mais já têm cabeça para pensar por eles próprios.
Não que não tenhas também mas acabas por fazer também.
Não faças.
Tudo o que e vê é algo que não se é.
E assim deveria permanecer indefinidamente.
Mas não, quer-se sempre ser o que não se é.
Infelizmente somos assim.
Não o podemos negar e assim ficamos.
Não sabemos o que é e queremos tentar.
Tudo bem, tenta-se.
A seguir já é conosco.
Continuaremos se formos fracos.
Acabaremos se força para tal tivermos.
Nem sequer tocamos se formos fortes o suficiente.
Tec_Fil

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Noite, para quem lhe quiser chamar

As horas avançam e a noite vai longa.
Para onde quer que se olhe é praticado aquilo que chamamos cool.
Cigarros aqui e ali, isqueiros a passar de mão em mão.
Garrafas de cerveja por todo o lado, no chão, nas mãos, inteiras, partidas, cheias e vazias.
Tudo à volta é fumo e álcool.
Tanto fumo que quase não se vê para além dele.
Assim que se atravessa essa barreira quase intransponível começa-se a ter uma pequena noção das coisas que por ali se passam.
Um enorme aglomerado de pessoas no mesmo local, uma multidão se assim lhe quiserem chamar.
Ouve-se um ruído de fundo ensurdecedor, ruído esse que faz com que todos saltem e se movam neste espaço fechado cheio de vícios destinado para o efeito.
Por mais que se tente acaba-se por se sentir isolado porque todo o resto está possuído e assim espera continuar sem fazer questão se todos assim estão ou não.
Praticam o seu chamado divertimento.
Divertimento?
Álcool e tabaco?
Chamem-lhe o que quiserem, para mim jamais se chamará de divertimento.
O tempo não pára e a solidão e tal que é-se levado na tentação de entrar na multidão.
Uma cerveja, começa-se a beber com calma e vai-se entrando no ritmo dos demais.
Vão surgindo ofertas de cigarros por aqui e por ali, não é preciso pedir nem procurar muito.
Já que se rendeu a uma tentação porque não render-se à outra?
Assim acaba por ser.
Quer-se ser cool e faz-se o que os outros fazem.
Beber e fumar, qual é a relação com ser cool?
Não entendo.
Chega a altura em que já nada disso importa.
Já se está no meio de todo o resto, já nada mais interessa.
Perde-se a conta às cervejas, partem-se garrafas no chão e pedem-se mais de seguida.
Os cigarros já não fazem tossir, tal é a quantidade deles.
Ouve-se a música e dança-se ao ritmo dela.
Há muito que deixou de ser um ruído ensurdecedor e nem se dá por isso.
Interessa é ser-se cool.
A noite começa a acabar e o pessoal ainda quer mais.
Pode acabar a música mas não os vícios.
Onde quer que se esteja procura-se por mais seja pelo preço que for.
Isso não interessa, aliás, nada mais interessa.
Todo o resto deixou de ser pertinente há imenso tempo atrás.
Amizades novas são feitas quase instantaneamente.
Amigos e amigas surgem de todos os lados.
Está-se com um e com outro como quem muda de roupa.
Estão todos tão contaminados que perante o resto não passam de objectos descartáveis assim como nós.
Tudo isto tem um preço.
Ser cool, sustentar os vícios, as amizades novas.
Preço esse por nós pago.
As horas começam a pesar e o corpo a pedir descanso.
Ao princípio tentamos resistir por ser-se cool mas torna-se mais difícil do que se imaginara.
Vê-se um a sair e a levar mais alguém atrás dele.
Não é preciso muito para o local se esvaziar por completo.
Também saímos e procuramos o tão esperado descanso.
Fecham-se os olhos e não se á pelo passar do tempo.
Tudo passa tão depressa que nem sequer nos apercebemos.
Algo parece chamar por nós.
Um leve murmurar que se tenta negar a todo o custo.
Vira-se para um lado e para outro debaixo dos lençóis para lhe fugir mas é inevitável.
O dia já há muito se fez e ainda nem demos por isso.
Saímos da cama a muito custo, praticamente a reboque.
Lavamos a cara e os dentes para despertar mas em vão.
A cabeça pesa tanto que não a conseguimos levantar.
Ainda anda tudo um bocado à volta e acabamos por cair de novo no sono.
Finalmente despertamos e lá fazemos mais um tremendo esforço para voltar a sair da cama.
Tomamos um duche para acordar por completo, preparamo-nos e voltamos a sair de casa.
Vamos ter com os amigos que já o eram antes da noite passada.
Para grande espanto nosso quase que nos desprezam.
A dúvida cresce cá dentro.
“O que é que se passa com eles?”
Pensamos como se nada fizéssemos mas enganamo-nos.
Podemos não nos lembrar mas há quem se lembre por nós.
Perguntam-nos porque fizemos tudo aquilo na noite passada e nem sequer lhes conseguimos responder porque simplesmente não nos lembramos.
Tanto insistem em dar na cabeça por causa do que foi feito que nem sequer se tem a certeza que mais tarde ou mais cedo, é inevitável, discutimos e chateamo-nos e cada um acaba por seguir para seu lado.
Nós para um lado e os nossos verdadeiros amigos para o outro.
Não gostamos de estar sozinhos e procuramos pelos novos amigos.
Amigos falsos e interesseiros dos quais não se tem consciência do que são.
Ao fim de um certo tempo acabam-se por se encontrar.
Tentamos estar com eles mas é como se eles nem nos conhecem.
Tudo o que lhes interessava era o que lhes pagávamos e fazíamos na noite anterior.
Amigos da onça.
Desta vez não são eles a irem-se embora mas sim nós a sairmos de ao pé deles.
Tudo isto é de tal modo confuso que não conseguimos assimilar minimamente bem as coisas.
Isto começou tudo com o ser cool e acaba tudo com o ser cool de novo.
O que era ruído já o voltou a ser.
Todos aqueles vícios tornaram-se agora repugnantes.
E isto porquê?
Graças aos amigos de verdade que nos fazem ver aquilo que fazemos mal e que muitas vezes levamos a peito e não respeitamos minimamente.
Agora era tarde.
Esses amigos tinham-se afastado.
Durante quanto tempo depende de nós.
Mas uma coisa é certa.
Ser cool paga-se bem e somos nós próprios a pagar esse elevado preço.

Tec_Fil

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Devorador de sonhos

Sonhar, voltar a sonhar e sonhar de novo.
É assim que tentas fugir aos teus problemas?
Com tanto à tua volta e refugias-te em algo imaginário.
Não hoje, não amanhã mas sempre!
Não achas que já chega?
Tantas vezes foges à dura, nua e crua realidade.
Com tanto problema por resolver e ainda a criar mais?
Sonhos, sim os sonhos.
O local onde buscas abrigo vezes a fio.
Onde vês abrigo jamais o voltará a ser
Fugas incontáveis
Horas infindáveis
Ideias inimagináveis
Tudo isto dentro de ti
E o que está à tua volta?
Tão pouco tempo lhes dedicas que já nem sabes quem são nem pouco mais ou menos onde estão.
Pensa o que quiseres.
Sonhar?
Sempre que quiseres mas não como queres.
Abre os olhos e pensa.
Pensa bem no que acabaste de imaginar pois será a última vez que verás isso.
Devorador de sonhos sou e não o nego
Tec_Fil

Continuação

Tudo o que conhecemos tem um fim assim como tudo tem um início e todos nos preocupamos com o fim.
E então o início?
Se repararmos bem não é sempre como se quer mas como se pode.
Há sempre algo que teima em correr mal ou menos bem.
Aí muitos desistem, dizem terem chegado ao fim.
O que é o fim?
Sempre se viu como uma barreira completamente intransponível, algo que quando se encontra já não se ultrapassa.
Erram.
Afinal de contas errar é humano.
Não meu nem teu mas de todos e se erram não é em vão apesar de o pensarem.
Muito se aprende com os erros e é assim que deve ser.
Chegar ao fim como lhe chamam não é o final mas sim um novo início.
Pensem bem antes de dizerem que está acabado porque depois do fim vem o início e sempre assim foi, assim é e assim continuará a ser
Tec_Fil

segunda-feira, 16 de março de 2009

vaga forma de pensar... o que é?

Aqui neste meu pequeno grande espaço onde escrevo há algo a que chamo libertar o pensamento. Acaba por ser uma espécie de jardim dos pensamentos onde se aglomeram as minhas ideias em forma de palavras que se juntam nestes textos se é que lhes posso chamar textos pois não sei ao certo o que é um texto.
Sim, um texto. Estamos habituados a chamar de texto a um conjunto de palavras ordenadas em frases que para nós fazem ou não sentido que surgem com a finalidade de se darem simplesmente a ler, a transmitir uma ideia.
O modo como cada um interpreta o mesmo texto tem a ver com a maneira de ser, aliás com a maneira de pensar pois é daí que deriva tudo o que fazemos ou acabamos por não fazer devido a pensarmos e voltarmos a pensar sobre o assunto.
Uma mesma frase interpreta-se de inúmeras maneiras por inúmeras pessoas que até se podem conhecer a todas entre si e pensarem-se todas iguais mas no fundo são tudo menos iguais. Não é por se conhecerem que o são, antes pelo contrário, quanto mais se pensa que se conhece alguém mais esse alguém muda. Não por querer mas porque é levado a fazê-lo por ser minimamente conhecido.
Fica aqui o princípio deste texto que espero vir a continuar brevemente se alento para tal tiver pois no fim de contas ninguém me sabe dizer o que é ao certo pensar. É uma questão à qual por mais que me esforce não consigo achar a mais pequena resposta que seja. Á medida que penso nisto maior se torna a dúvida. Cresce tanto que não há curiosidade que lhe valha. É um código tão complexo que nem a própria ciência consegue responder, não refiro a religião pois é algo que não encaro de frente com seriedade mas sim como outra dúvida que é o que acho que é. Muitas pessoas dizem-se católicas mas no entanto só acreditam na religião e o acreditar deriva de pessoa em pessoa assim como os pensamentos.

terça-feira, 3 de março de 2009

Desculpa

Eu sei que não tenho muito jeito para isto, aliás, não tenho jeito nenhum.
Se fui parvo?
Sim, talvez. Não sei ao certo.
Cá vai então.
A sexta-feira chega ao fim e a primeira coisa que nos vem à cabeça é: “O que vamos fazer no fim-de-semana?”; É inevitável. Não há dois iguais.
Até aí tudo bem.
Vi-te de manhã e falei contigo.
Estavas bem, aliás, como de costume.
Andavas animada com as tuas amigas.
Era essa a ideia que tinha de ti, não te tratasse eu por manita. Sim, manita. Pode-se pensar muita coisa daqui mas uma delas é certa. Via-te como uma irmã mais nova, alguém alegre e amigável. Características que não dou à minha própria irmã mais nova.
Assim o ficaste.
O tempo não pára e já contamos 3 bons anos de amizade entre nós. Amizade essa que foi crescendo assim como a confiança.
Pois bem. Passa o fim-de-semana e chega aquela tão indesejável manhã de segunda-feira em que se tem de acordar tão cedo para apanhar o autocarro que nos leva à escola. A nós sim, eu também vou no mesmo autocarro que tu.
Nessa manhã havia alguma coisa de diferente. Faltava-te aquele sorriso e boa disposição matinal que sempre tinhas.
Estavas pensativa, algo se tinha passado.
-“O que se passa mana?”
Fez-se um breve silêncio:
-“Problemas em casa…”
Tinha-mos acabado de chegar à escola. Como de costume fomos para os lugares habituais com o resto dos teus colegas.
-“Queres contar-me o que se passa?”
Algum tempo depois começas-te a falar:
-“São os meus pais, estão chateados. Ouvi-os a discutir.”
Como eu sei o que isso é, penso para mim.
Tento-te consolar com palavras meigas mas ao longo da conversa vi um brilho cair-te pela cara abaixo. Estavas a chorar.
No meio de tanta gente não era o sítio mais apropriado.
-“Queres ir lá fora?”
Acenas-te levemente com a cabeça. Levanto-me e toco-te na mão para me seguires.
Assim o fazes. Saio do meio daquela confusão e vou para um lugar mais isolado.
Assim que me viro para trás para ver como estás cais-me nos braços a chorar.
Fiquei um tanto e quanto surpreendido. Aconchego-te nos meus braços e todo o eu foi o teu ombro amigo no qual choraste. Não tiveste medo de chorar mana, aí vi o quanto tinhas crescido em tão pouco tempo.
Passaram-se alguns minutos e algumas lágrimas secaram.
Acabas-te por limpar o rosto, tão vermelho que estava, e de seguida voltámos para junto dos teus colegas. Mostraram-se preocupados contigo ao perguntarem o que se passava.
A campainha tocou. Perguntei-te se querias que te acompanhasse à porta. Disseste que não. Cada um seguiu para seu lado.
Ainda ias com cara de choro. Eu ia a pensar em ti, estava preocupado contigo. Já tinha passado por isso e sabia o quanto era difícil.
Foi uma manhã dura, tanto para mim com para ti. Continuavas fortemente a sofrer por causados teus pais e eu a pensar em ti.
Sem que déssemos por ela, algo despertou. Não sei o quê ao certo mas mexeu connosco. Começámos a falar como nunca antes tínhamos falado. Havia uma maior intimidade entre nós. Fui o culpado por isso, eu sei-o. Também te culpavas por isso. Eu disse-te para não o fazeres, a culpa não era tua. Era toda minha, é incontestável. Algo começou a crescer. Algo tão indeterminado quanto a sua origem. Ainda hoje estou para saber ao certo o quê.
Começámos a sentar-nos juntos, mais que o habitual. Havia algo entre nós, dava para reparar. Não algo físico mas sim químico. Entre conversas, olhares, toques, foi-se alimentando. Provavelmente de falsas esperanças.
Mas afinal quem sou eu para estar a fazer isto a ti mana?
Como se não te bastasse todo o sofrimento causado pelo desentendimento em casa, ainda veio isto mesmo em cima da hora. Foi algo que não controlei e ainda por cima deixei andar.
É que também, para vir piorar ainda mais as coisas, tinha namorada. Sim, tinha no passado, porque de momento não tenho. Uma chatice que não tem nada a ver com isto mas que se juntou também.
Tudo isto junto numa só pessoa ao mesmo tempo é demasiado para se suportar. Até eu que me faço de forte perante certas situações o admito sem vergonha nenhuma. Somos humanos e erramos.
O saber que erramos é o que nos distingue entre tantos iguais a nós.
Bem, é tudo. Deixo-te aqui o meu pedido de desculpas mana. Gostava que voltássemos a ser o que éramos antes de tudo isto…
Tec_Fil

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Relato de uma amizade roubada por um beijo

Ela passa com as amigas. Passa uma vez, duas vezes, as vezes que lhe apetecer e nenhuma passa despercebida. Há sempre aquele olhar tímido por entre todos os outros que tenta ver melhor quem realmente é. Passam-se dias e dias e aquele olhar que tão tímido era começa agora a desabrochar e procura por mais, mais vislumbres dela. Propositadamente dá-se um toque, um pequeno empurrão que vem mesmo a calhar. "-Desculpa." - diz ele ainda meio a gaguejar; "-Não tem mal." - responde ela; Depois desta conversa, se é que assim se pode chamar, cada um seguiu para seu lado. Termina tal como os outros dias apenas com um ligeiro toque na alma, algo a murmurar dentro dos ouvidos. "Não tem mal." Apenas isso bastou. Dorme-se sobre o assunto e passa-se bem a noite sem se pensar nisso. No dia seguinte voltam a cruzar-se. "Olá." Começa ele. Ela responde de seguida "Olá." Ainda na indecisão de continuar ou não acaba por sair uma pergunta. "Tudo bem?" Foi o que se ouviu. Apanhada de surpresa, sem contar com este diálogo, acaba por responder "Sim, e contigo?". Pergunta crucial. A seguir a ela iniciou-se uma larga conversa onde se trocam nomes, gostos, talvez coincidências. Não foi preciso muito tempo para que tivessem os números de telemóvel um do outro. A partir daí nada impedia nada. Cria-se uma amizade maior, cresce a confiança, dão-se bem um com o outro. Com o tempo aumenta a intimidade. Começam a passar cada vez mais tempo juntos. Intervalos, horas de almoço, tempo livre. Tudo servia de pretexto para estarem juntos a conversarem. Aproximavam-se cada vez mais um do outro. Um toque no cabelo dela, um encosto no ombro dele. Carícia nas suas suaves mãos, abraço. Tudo cresce, talvez algo novo surja. Chegam a casa e a primeira coisa que fazem é ligar um ao outro para conversarem, matar saudades, se é que o tempo que passou desde a última vez que se viram o permita. Passam horas a fio a falar por telemóvel, ninguém os impedia e eles faziam-no. Sem saberem foram alimentando algo que não sabiam o que era ao certo. Cresceu a passos largos de cada vez que se viam e eles sem sequer darem por isso. Voltam-se a sentar juntos, não como de costume mas num local mais arrojado onde ninguém os perturbasse. Continuam a falar. Dão as mãos. Ele toca-lhe o cabelo, ela chega-se a ele. Ela toca-lhe na face, ele aproxima a dele à dela e no meio de tudo isso beijam-se. Tudo isto é considerado lindo, se é que me faço entender. Mas depois disto ela afasta-se dele. Começam a estar juntos menos vezes e por consequente falam cada vez menos. O tempo não pára e a distância aumenta. O que foi outrora um olhar tímido era agora um olhar viajante que recordava todos os momentos passados ao lado dela. Tudo o que disseram um ao outro. Uma amizade que se construiu do nada. Confiança que se criou. Não foi vento que levou isso mas sim um beijo. Beijo esse vindo de ambos. Algo que os marcou, mais a um que a outro. A parada era alta e nem sempre se ganha. O jogo é viciado. Quem começa a ganhar sai sempre a perder. Foi o que aconteceu. Tudo começou com um simples “Desculpa.” E tudo acabou num beijo que daí surgiu. A confiança apagou-se, a amizade desapareceu. Dois grandes amigos não passavam agora de apenas mais dois estranhos onde reina a indiferença. Relatos de algo semelhante ouvem-se diariamente. Raros são os que contradigam tal coisa.

Tec_Fil

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Dualidades

Querer mais do que o que se tem. Ser-se ambicioso. Querer ter o poder nas palmas das mãos, senti-lo, poder tocá-lo.
É uma sensação única. Saber que se pode fazer o que não se faz.
Existem limitantes mesmo à nossa frente. Amor, a maior delas. Sacrifícios são feitos por ele. Muita coisa de deixa por fazer. Muito tempo dedicado até se chegar ao dia em que se conclui que não passou de uma enorme perda de tempo.
Até à data em nada disso se pensa. Algo nos cega por completo e nós deixamo-nos levar.
Tudo vai correndo bem e avançando.
Um dia, sem saber como nem porquê, algo surge pelo meio. Descontrola-nos por completo, deixa-nos à toa.
Não é nada de concreto, antes pelo contrário.
Deixa-nos entre a espada e parede tendo a faca e o queijo na mão.
Acabamos por ter de tomar uma decisão que muitas das vezes e a mias incensata.
Temos algo de bom nas mãos mas queremos mais.
Tornamo-nos invejosos por nós mesmo.
Agora é tarde, já se instalou por completo. Será que se deixa correr? Valerá a pena?
Se há algo que saiba responder a tudo isto mesmo com todos os prós e contras esse algo é o tempo. Nada nem ninguém o controla, é universal.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Tudo fica na esponja chamada "memória"

Momentos únicos que proporcionaste ficam gravados na memória. Gravados de tal modo que ninguém jamais os retira. Pode passar o tempo que quiseres mas por muito que queiras simplesmente não desaparecem. Nada o pode impedir. Se os deste porque haverias agora de os querer teirar? Já lá estão, evitas. Esforços contrários se revelam. Por um lado, o meu esforço para que não desapareça, por outro, o teu esforço para que desapareça. Nestas situações não basta querer. Há algo de força maior por detrás de todo o resto. Sentimentos foram tocados, sensações vividas e emoções despertadas. Está feito. Voltar atrás? Não, obrigado. Foi um momento um tanto e quanto especial. Não perguntes o porquê, tu sabes-lo melhor que ninguém. Sozinhos, isolados de todo o resto. Não por acaso mas propositadamente, assim se quis. Se também lá estavas porque evitas? Não entendo. Algo despertou pelo teu suave e terno toque. Algo adormecido à muito. Também não perguntes o porquê, esse não to digo, é meu. Podes-me chamar invejoso, podes chamar que quiseres. De momento só uma coisa é que me afecta. Sabes bem o quê
Tec_Fil

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Viagens, quem não as faz?

Quem nunca deixa para trás as suas raízes nem se afasta de tudo o que o rodeia diariamente acaba por se resignar a ver sempre os mesmos rostos, os mesmos lugares. Tudo sempre no mesmo sítio, o seu sítio…
O café habitual sempre com os mesmos clientes dia após dia, 7 dias por semana, 365 dias por ano. Cada vez que lá vou para beber o meu café matinal lá encontro o Sr. José, a Ti Emília e o padeiro que vem sempre àquela hora. A Associação Cultural, onde nos encontramos para distrair e falar um pouco de tudo, incluindo o futebol, a abrir e a fechar diariamente no mesmo horário. Todos os locais visitados por mim, tudo sempre no mesmo sítio. Isto torna-se monótono tal como a minha própria rotina.
Ao fim de algum tempo, o monótono torna-se em aborrecido e foi este aborrecimento que me levou seriamente a pensar em deixar este lugar onde estou completamente enraizado nem que temporariamente. Talvez pela curiosidade de descobrir o que se passa para além do que conheço, talvez pela própria necessidade de espairecer, de abrir os meus horizontes a algo completamente desconhecido, não o sei ao certo. Apenas algo chama por mim lá de fora.
Não foi preciso nenhuma eternidade para tomar uma decisão que para mim foi a mais acertada. Nesse mesmo dia, dirigi-me ao meu computador e fui à internet reservar um bilhete para o próximo voo para Londres. A data do bilhete findava daí a 3 dias. Foi o tempo necessário para preparar as malas, despedir-me das caras conhecidas, que, por sinal, eram muitas, aliás, toda a aldeia, descansar e, 2 dias depois, tomar o rumo do aeroporto.
Assim foi, depois de uma longa noite de sono, acabou por vir uma viagem até ao aeroporto onde, à chegada, levantei de imediato o meu bilhete e dirigi-me à porta lá indicada aguardando a ordem de embarque.
“Porta de embarque para o voo 710 aberta para todos os passageiros deste voo”
Era o que ansiava ouvir no meio de toda aquela tremenda confusão.
Após a mensagem passar, entrei de imediato pela porta de embarque e dirigi-
-me ao avião. Entrei, procurei o meu lugar e sentei-me esperando que os restantes passageiros fizessem o mesmo. Por sorte fiquei sozinho num lugar encostado à janela.
As hospedeiras fecharam a porta e ligou-se uma luz vermelha que indicava “apertar os cintos” para se prosseguir à descolagem.
Foi uma descolagem suave. Assim que levantámos voo, encostei a cara à janela e pasmei com tamanha beleza a passar por debaixo de mim.
Com a viagem de avião terminada, chega a altura de procurar as malas e de chamar um táxi.
Chego ao hotel onde me hospedaria um par de horas mais tarde.
Papelada tratada, malas desfeitas e tudo arrumado, é hora de partir à descoberta.
Bastaram alguns instantes para escolher o primeiro destino. Estava em Londres e o que é de Londres sem o Lincoln Park?
Foi o meu local de eleição. Um enorme e belo parque. Mesmo à entrada olhava atentamente para tudo o que me rodeava, parecendo querer guardar todo o cenário que estava a ver naquele preciso momento onde sentia o sol aquecer-me ao de leve a face e um vento suave a correr-me pelos cabelos.
Focava o mais ínfimo pormenor acabando por o memorizar. Passei a tarde a apreciar a beleza que me rodeava por completo.
Ao final da tarde, lá ia eu, já quase à saída do parque. Todo o parque parecia deserto até ao momento em que cheguei ao lago. Era aí onde se juntava um grupo de pessoas que dava de comer aos patos que por lá nadavam.
Toda a minha atenção se fixou nesse lago. Parecia que algo me chamava realmente a atenção. Varri-o com um vasto olhar como se procurasse algo, embora não soubesse o quê. Durante esse longo olhar rasante a tudo o que se passava à volta do lago, alguém olhou com certa curiosidade para mim como que a perguntar-se quem seria eu, o que fez com que eu não passasse tão despercebido quanto desejara.
Acabei por me sentir a mais naquele belo cenário onde o sol não tardara a pôr-se e já se notava um leve escurecer no ar, trazendo consigo um ligeiro arrefecimento.
Ajeitei a casaca que levava vestida para me abrigar do frio nocturno. Dirigi-me ao portão do parque e olhei para trás. “Lá ao fundo estava ela a olhar-me novamente. Que quererá? Eu não a conheço nem pouco mais ou menos sei quem é”. – pensei para mim enquanto a olhava.
Um barulho desviou-me a atenção e, quando a voltei a olhar, ela já lá não estava. Dirigi-me ao portão e saí em direcção ao hotel.
Tudo isto despertou experiências novas, sensações nunca antes vividas, novidades a cada esquina. É só procurar por elas. Afinal de contas, uma viagem é isto mesmo.
Alguns chamam-lhe moral da história, outros chamam-lhe conclusão, eu prefiro chamar-lhe questão.
De que vale a pena ficar-se pelo que se tem mesmo ao lado se se tem uma infinidade de descobertas a fazer pelo mundo fora?

Tec_Fil

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Ingenuidade

Ingénuo?
Sim, é o que sou.
Mesmo ao fim de tanto tempo
Tanta dificuldade
Tanto sacrifício
É isto que recebo?
Uma lista interminável de restrições.
Imposta aqui, ali
Por todo o lado.
Já chega
Não sou nenhum brinquedo
Com que se brinca.
Há sentimentos
Sim, sentimentos
Será que alguém realmente sabe o que são?
Se sabem porque é que os destroem?
Esperanças completamente abaladas.
“Não”
Palavra tão cruel de se ouvir
Muito mais quando se esforça por algo.
Mesmo que se faça de tudo nunca há um “sim” imediato
Podia-se facilitar um pouco as coisas
Mas não, tem de haver aquele “não” imediato
Mesmo à espera que perguntemos algo
Que tentemos algo
Está sempre lá
É inevitável…
“Não”
Assim que se ouve tudo muda
Ideias
Pensamentos
Sensações
TUDO!
Tec_Fil

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Música, pequena ideia sobre




Não há ninguém que eu conheça que não tenha uma pequena ideia do que é a música. Por muito errada que seja, têm-na. Só o pensar no que é já ajuda a descobrir algo novo, a ganhar curiosidade para saber o que é em concreto. Curiosidade que se revela muito maior do que imaginamos. Tão grande se torna quanto a variedade de estilos musicais que se vão ouvindo. Desde a tectónica, música de DJ´s, electrónica, etc. Todos estes estilos musicais partem de uma música digital, um enorme conjunto de zeros e uns que formam o código binário com que ela se toca e escreve.


Não gosto de chamar a isso música. Digamos cque para mim é uma enorme variedade de barulhos e ruidos que nuca mais acabam, uma espécie de praga que apareceu talvez por engano naquele lugar a que se chama "Mundo da Música" por excelência.


É certo que muitos a ouvem, são livres de o fazer assim como somos livres de nos exprimir perante algo mas isso são gostos e estes são indiscutíveis.


Mas quem é que não se lembra de ouvir uma boa música ao vivo? Assim ao estilo do jazz, aquilo a que chamam de guitarradas, uma música acústica?


Todos nós sabemos o que é isso mas só quem quer opta por continuar a ouvir.


Eu fiz a minha escolha assim como muitos outros e continuar a ouvir desta música, música que podemos sentir e tocar. Música que acaba por mexer connosco. Há quem decida tocar um instrumento ou vários conforme a aptidão de cada um.


Eu faço isso e não me arrependo mesmo nada de o fazer como certamente todos os membros de bandas instrumentais e filarmónicas. Mesmo que alguém nos questione se não acaba por ser uma perda de tempo estamos tão familiarizados e integrados no imenso mundo da música que para nós todo o tempo que passamos a tocar um instrumento é tempo precioso e bem empregue.


Não há quem nos negue que é uma das melhores experiências da vida, ver muito do nosso esforço e dedicação, todo aquele tempo passado a estudar os papéis, a aprendizagem do manuseamento do instrumento. Tudo isso acaba por valer a pena quando damos por nós a tocar numa banda na qual nos orgulhamos de tocar e de nos esforçar para que continue da melhor maneira possível. Chegamos a fazer possíveis e impossíveis para arranjar tempo para praticar. Perdemos horas de sono, horas de estudo, horas de descanço, horas com aquela pessoa que nos é tão especial. Todas estas horas contam e valem bem a pena.


Olha-mo-nos de farda vestita e instrumento na mão com o tão respeitado maestro a abanar a batuta e aí sentimos realemente que nada do que fizémos foi em vão.


Assim conclui-se que tudo tem um propósito de ser e nada o é por acaso, só por o ser.


Engana-se quem o pense assim.


Com esforço e dedicação tudo é possível. O belo pode ser ainda mais belo e o bom magnifico.


Se nos empenharmos e virmos que o pode ser graças a nós mais orgulhosos ficamos.


É um incentivo a quem já soube o que é tocar um instrumento para repensar muito bem no porquê de o ter deixado e que está sempre a tempo de o recuperar e para quem ainda não experimentou nenhum que nunca é tarde para o fazer.




Tec_Fil

Não é por isso que deixo

Se gosto do que faço?
Sim gosto e não me arrependo nada.
Porque o faço?
Porque gosto e ninguém me pode impedir.
Porquê?
É algo espontâneo que ninguém controla.
Se escrevi?
Sim escrevi, é verdade.
Para quem?
Não identifico ninguém, é algo meu.
Para quê?
Para evitar dar alento a quem pode não o merecer.
Porquê?
Há, infelizmente, quem não o mereça.
Tu?
Sim, mereces este e muito mais.
Não, não sou eu que to darei.
Aliás, tu já o tens em ti.
Põe-te em frente ao espelho
Olha-te de alto a baixo
Sim, és tu
É inquestionável
Mas qual de ti?
Acompanhada por alquém?
Não.
Sozinha?
Sim
É quando estamos sozinhos que melhor pensamos
Não é preciso muito para sair algo
Algum repouso e pensamento desocupado
Papel?
Não necessariamente.
Aqui serve perfeitamente
É um livro como todos os outros
Talvez maior, não sei
Basta folhear
Folheia
Não tenhas medo
Ninguém te pode proibir
Eu também o faço e ninguém me impede
Se me liberto aqui?
Não.
Não me liberto aqui, já sou livre
Livre de pensar como muitos outros
O uso que se dá ao pensamento?
Completamente pessoal
Ninguém tem nada a ver com isso
Se gosto assim?
Claro que gosto
Eu e não só
Se também gostas
Não pares.
Nem que alguém te diga para o fazeres
Também és livre
Tec_Fil

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Dia

De manhã é que se começa o dia.
O meu não é excepção
Até começa bem cedo.
No meio das lidas matinais,
Autocarro, viagem para a escola,
Acabo por despertar
Talvez não da melhor maneira.
Não é preciso procurar muito
Alguns passos bastam
Para me dar de caras contigo
Nem reparas
Mas eu vejo.
Conversa para aqui,
Conversa para ali.
A campainha toca
E cada um se dirige para seu lado
Volto-te a ver
Não de caras mas pelo reflexo
Dizem que o reflexo mostra as pessoas de verdade
E tu estavas lá
Acompanhada com um ombro
Não um simples ombro,
Algo mais que isso.
Estavas triste,
Talvez não.
Passo por ti e lá permaneces

Tec_Fil

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Já passou

Toda aquela ansiedade
Medo se assim lhe chamar
Talvez até fosse necessário
Talvez até nem fosse
Uma coisa é certa
Já passou e cá estou eu na mesma
Sozinho a pensar
Que simplesmente já passou

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Algo(intenso alterado)




Acaricio-te o rosto com suaves toques
Com beijos te aproximo
Com os dedos te acaricio
Percorrendo o teu corpo
Com gestos suaves te tento
No pescoço te mordo
A tua respiração ofusca
Sente-se
Fica mais pesada
Prossigo
Gestos mais carregados
Começo a beijar o teu corpo
Descendo o teu suave pescoço
Percorro as tuas costas macias
Tão macias que são
Cada vez se sente mais a tua respiração
É como se desejasses algo
Algo tão perto e tão distante
Continuo a descer
Beijo-te nas ancas
Algo se ouve
Contrais-te e viras-te
Percorro-te as pernas
Toco-te a barriga
Suspiras
Beijo-ta e gemes
Continuo
Sente-se algo mais intenso
Percorro-a com beijos e carícias
Tão suave e macia
Sensível e delicada
Toco-te os seios
Contrais-te
Beijo-tos
Não paro
Volto ao teu pescoço
Toco-te os lábios
Acabas por abri-los
Solta-se um som
Preencho-os com os meus
Mente ocupada
Tão ocupada
Num só pensamento
Nesse pensamento
Lá estás tu
Tal e qual como te encontras
Tento alcançar algo
Ali estou eu
A tentar dar-te algo
Avanço?
Eu tento
Tu recuas
Cada vez és mais intensa


Eis então que algo acontece




Tec_Fil

Medo

Aproxima-se uma data importante
A ansiedade cresce a passos vistos
Impossível de controlar
Impulsiva
Totalmente involuntária
Nada a controla
Ouve-se o "tic-tac"
Parece ecoar num poço sem fundo
Nunca se deixa de ouvir
Vai crescendo
Sente-se cada vez mais
Será que fazemos?
Será que teremos medo?
Depende de nós
Fazer ou não fazer
Eis a questão
Ser quem somos ou deixar-nos consumir pelo medo?

Tec_Fil

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Dúvida (in)finita...


Mais um triste e cansativo dia chegou finalmente ao fim.

Não é preciso muito para o ser.

Olhem para o céu, está escuro, assim como o meu pensamento.

Está alterado.

Algo me desviou as atenções por completo.

As horas foram passando e eu dei por mim a vê-las voar perante os meus olhos sem nada fazer.

Esperei por uma reacção que acabou por não chegar.

Reacção involuntária.

Tanto que não se manifestou em mim.

Limitou-se a passar sem nada me dizer.

Pois bem, acabou o dia.

Mais um dia sozinho como tantos outros.

Dia após dia cá estou eu.

Algo me prende aqui a este lugar ao qual chamamos de Terra.

Escureceu.

A mente espaireceu e a minha cabeça esvaziou-se de todos os pensamentos exteriores.

Chegou a altura de meditar um pouco sobre as minhas acções.

Tudo o que fiz e o que não fiz e o porquê.

Debruço-me sobre o que ando realmente a fazer por cá.

O meu pensamento há muito que deixou de ser terreno.

Ele próprio abriu seus horizontes.

Porque não faço eu o mesmo?


Tec_Fil

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Vida I

Durante o sono não nos damos conta de todos os lugares visitados pela nossa mente, aliás, a maior parte deles é-nos completamente desconhecida. O sono é-nos interrompido por um ruído que tem a mais variada gama de sons que podemos imaginar que tem como único objectivo o de nos despertar do nosso sono.

Assim que este termina temos umas estranha sensação, não sabemos qual ao certo, apenas que nos é estranha. É como se tivéssemos caído ali de repente ou por engano, sentimo-nos estremunhados e temos pequenos flashbacks de lugares, sensações presenciados

Quem és?

Sinto-te mas não te vejo
Pairas sobre mim sem nunca te deixares ver
Porque o fazes?
O porquê jamais o descobrirei
A razão?
É tua, somente tua
Tu
Sinto-te sem te ver
Se existes?
Já não sei
Deixei de te sentir
Ver-te?
Nunca me deixas-te fazê-lo

Quem és?

Lost Dreamer

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Sonhos

Nem tudo o que se sonha se torna realidade, antes pelo contrário. É raro o sonho que deixe de o ser para passar a ser realidade. Todos os têm e ninguém deles se separa. É algo em que acreditam. O porquê não se sabe. Baseiam-se neles para fazer algo. Baseiam-se de tal modo que é como se eles se tornassem os seus ideias vida, vivem para os tentar realizar quando na sua esmagadora maioria são irrealizáveis. Dedicam-se de corpo e alma, a tempo inteiro, para os tentarem viver depois de os sonharem. Mas porquê? Porque é que não se limitam a sonhar? Só por si já fazem parte do imaginário. Não são vividos mas sim sonhados. Pairam sobre o subconsciente e é por lá que ficam, não passam disso, de pequenas grandes ilusões que nos levam a fazer inúmeros sacrifícios para que os possamos viver quando não são possíveis de serem vividos. Porquê tudo isto quando é obvio? Apenas um ou outro se realizam, se é que este é o termo correcto a utilizar. São meras especulações de como seria se… porque se fez assim acontece desta maneira…

Tec_Fil

De que é que vale a pena?

De que é que te vale a pena mentir?
Ainda não percebeste que a mentira não te leva a lado nenhum?
Antes pelo contrário, só te afunda cada vez mais nas tuas miseráveis mentiras
Será que não entendes?
Pensa!
A mentira descobre sempre
No início podes-te vangloriar o quanto quiseres à custa dela mas quanto mais te vangloriares maior será a tua queda
Pára!
Já chega
Estou farto das tuas mentiras
Já me enojam
Abre os olhos para olhares à tua volta e veres por ti próprio que já ninguém repara em ti
Agora já é tarde para te desculpares
Já ninguém te desculpa
Em vez de usares desculpas esfarrapadas, sê alguém na vida e deixa de mentir de uma vez por todas
BASTA!

Tec_Fil

Tempo para pensar

Andava perdido sem saber ao certo por onde, perdido me sentia e perdido estava. Não tinha certezas nem sequer imaginava o que quer que elas fossem.
Tudo era duvidoso e nada esclarecedor.
As dúvidas, minhas únicas certezas, essas sim, inundavam-me da cabeça aos pés.
Era como se nada mais existisse.
“Porque é que é assim?”
“Porque é que não foi de outra maneira?”
“Porque agora e não daqui a uns tempos?”
Eram nada e tudo ao mesmo tempo.
Apenas nelas a minha atenção se concentrava, nada mais parecia naquele instante.
Tudo era e nada o era, mas porquê?
Porque é que uma coisa é e consegue não ser?
E como ao mesmo tempo?
É algo que nós, eu e muitos outros, tentamos desvendar.
São como um mistério e de seguida desvanecem-se em “O que terá sido?”.
É a partir daqui que começamos a pensar o porquê de dedicarmos tanto do nosso útil e pouco, muito pouco tempo a pensar em coisas que depois de dedicar-lhes muito do nosso pouco tempo chegam a parecer banais e até impensáveis mesmo por tão óbvias serem.

Tec_Fil

Tudo e nada

Todos o sentem e ninguém o faz realmente
Por muito que se esforcem
Nunca ninguém o há-de fazer
É algo inexistente
Não em todos mas em muitos
Quase todos o dizem sentir
Quando na verdade nem sabem o que é
Alguns brincam com ele
Má escolha
Não durará muito
Mais tarde acabará
Não da mesma forma que para nós
Mas pior
Mais doloroso
E triste
Como é que conseguem ser assim?
Não ter escrúpulos ao ponto de o fazer
É algo onde brincar é estritamente proibido
Alguns choram
Fazem-se de vítimas pelo ocorrido
Mas no final de contas foram eles que assim quiseram
Fizeram o que não deviam
Querem chorar?
Que chorem
Arrependeram-se?
É claro que não
Poucos aprendem
Mesmo assim ainda continuam
Deixem-nos continuar
Por mais que chorem ou se façam de vítimas
De alguma maneira aprenderão
Se é assim que querem
Deixem-nos à vontade
O problema é deles
E deles continuará a ser se nada fizerem para mudar
Até já podem ter tentado algo para os mudar
Eles não deixam
Para eles são eles que têm razão
Opiniões externas não lhes interessam
É tudo à maneira deles
Não se importem
Já tentaram
Não os podem obrigar
Aliás
Ninguém pode
Já estão tão dentro daquele ciclo vicioso
Só eles poderão sair
Eles próprios têm de o fazer
Há-de chegar a altura de nos pedirem desculpa
Só aí é que abrem os olhos e vêm o que fizeram
Se desculpam é convosco
Também ninguém vos obriga
É uma decisão
Decisão esta que só vocês podem tomar


Last Dreamer

Impulsão

Todos fazemos coisas que não queremos
Algo nos leva a fazê-las
Não que seja uma obrigação
Mas algo que está dentro de nós
É impulsivo
Não a controlamos
Não devemos ser castigados por isso
Mas somos
É injusto, eu sei
É a vida e ela também o é

Tec_fil

Existir

Existir
Porquê?
Para quê?
Tudo existe e nada em vão
Porque será?
Cada coisa
Tem um rumo
Um sentido próprio
Algo que lhe diz o que fazer
Só não sei bem o quê
Ninguém mo diz também
Sou eu que tenho de o saber
Como?
Também não sei
Apenas me deixo levar
Não um simples levar
Levar para o que me parece
Não sei o quê
Mas algo

Consciêcia

Julgas-te melhor que eu só por vestires isto e aquilo, superiorizas-te em tudo o que fazes. Pensas-te maior por isso mas enganas-te, não passas de uma pessoa vulgar das que todos os dias passam por ti e ignoras. Podes-te fazer passar por quem quiseres pois a mim não me enganas. É tão fácil viver da mentira, tua tão conhecida. Basta apenas alguém que te contrarie, que se imponha ao que te fazes passar.
Olha bem para ti. Vê à tua volta, são todos iguais a ti. Não queres viver assim com isso, tentas ser diferente, mentes.
Olha-te, basta tirares essas roupas para seres igual a todos os outros. Mas não as tiras, não tu que sempre quiseste ser diferente. Deixa-te disso. Ambos sabemos que não vai durar para sempre. É apenas uma questão de tempo, menos tempo do que o que possas imaginar. Talvez seja amanhã, talvez ainda hoje.
Muda, deixa de te fazer passar pelo que não és. Já não te chegam todas estas mentiras? Basta!
A mentira é imperdoável. Ninguém jamais te perdoará por tudo o que fizeste. Quando é que vês isso? É melhor seres tu próprio a admiti-lo do que os teus “amigos”, pessoas interesseiras que se juntam a ti por aquilo que te fazes passar, se é que a isso se chame de amigos. Um amigo é alguém em quem se pode confiar, nunca tenta ser igual a ti, tenta compreender-te.
Deves ter isso em conta. Põe os teus amigos à prova, testa-os. É óbvio que não passam o teste, são tal e qual como tu, fazem-se passar por algo que não são. Quando é que abres os olhos? Podes perguntar à vontade porque é que te estou a dizer tudo isto tão friamente, eu só te chamo a atenção, mais nada. Espero que não seja tarde demais para isso.
Deixo-te a pensar naquilo que realmente és. Não to posso dizer, a verdade é dura demais para ser dita, tens que ser tu próprio a descobri-lo.



BlackHeart

Aí estás tu

Aí estás tu
Pareces diferente
Estás confusa?
Talvez triste
Não sei bem
Mas não estás a mesma
Algo se passa
Não sei o quê
Mas algo
Sei que estás triste
Já o sei
O porquê também é triste
Não deixes de ser quem eras
Não por isso
Tens que seguir em frente
Não te podes agarrar ao que já lá vai
É passado
Pensa no futuro
Olha para ele
Parece sorridente para ti
É só quereres e ele é
Basta quereres

tec_fil